sexta-feira, 14 de abril de 2017

O verdadeiro amor começa na Cruz

A Semana Santa segue com ampla participação dos fiéis no Santuário Tabor Magnificat. O Tríduo Pascal foi iniciado ontem, com a cerimônia de Lava Pés. Na ocasião, as leituras recordaram como o Pai Criador instituiu a Páscoa entre o povo escolhido de Israel (Ex 12, 1-8.11-14) e o Senhor instituiu a Eucaristia durante a Santa Ceia (1Cor 11, 23-26).

O cordeiro, que antes era imolado pelos judeus na Páscoa, tornou-se o próprio Cristo, que ofereceu seu corpo e sangue em sacrifício para a renovação da aliança de Deus com o mundo. O Lava Pés reforça a humildade de Jesus em servir e amar ao próximo até as últimas consequências.

A celebração realizada na Capela relembrou o ato altruísta com o sacerdote Marcelo de Souza e doze voluntários representando Jesus e seus discípulos. Um por um, os pés foram sendo lavados com muito amor. “Demos o exemplo. O exemplo de Jesus é de uma atitude de servo. Mas quando olhamos para Jesus compreendemos que não serviu de qualquer jeito. Ele serviu com amor, fazendo o bem sem esperar retribuição. Quando nós olhamos para a vida de Jesus, Ele sempre foi fazendo o bem àqueles que nada poderiam dar. Porque Jesus esperava e ainda espera que a gente possa dar o mesmo amor dado por Ele. É preciso pedir fidelidade para seguir o exemplo”, disse Pe. Marcelo na homilia.

Ele ainda enfatizou a importância da Santa Eucaristia para os católicos. “Nós também ouvimos em uma das leituras a expressão ‘fazei isto em memória de mim’. E fazer em memória de Jesus é não deixar que os seus ensinamentos se percam na história, que se possa dar continuidade à memória de que a Eucaristia está presente na Igreja. Que essa Eucaristia seja um sinal de que Jesus está presente”.

Outro tema abordado foi a instituição do sacerdócio, também celebrada na Quinta-Feira Santa. A comunidade aproveitou para fazer um agradecimento pelo ministério sacerdotal e homenageou o Pe. Marcelo, com uma bela canção cujo trecho resume sua missão: “um consagrado para amar, um consagrado para se doar, um amor que tudo suporta, um amor que não busca interesses seus, é o mais puro amor, o amor de Deus”.

Paixão de Jesus: momento de reflexão e renovação

A Sexta-Feira Santa iniciou com a realização da Via Sacra, no bosque do Santuário. Todos os presentes carregaram um pedaço de madeira, simbolizando os pedaços da Cruz de Cristo, e ofereceram sacrifícios, sofrimentos e contribuições ao Capital de Graças. Acompanhando as estações, puderam refletir sobre a trajetória de Jesus em busca da redenção dos nossos pecados, com orações e músicas que favoreciam o momento introspectivo.

Após, todos se reuniram novamente na Capela para a celebração da Paixão do Senhor. A Primeira Leitura (Is 52, 13-53, 12) mostrou a livre escolha de Jesus em ser humilhado e morrer em prol da salvação de todos os homens e mulheres. A Segunda Leitura (Hb 4, 14-16; 5, 7-9) falou sobre a confiança que podemos ter no Salvador, pois Cristo compreendeu o que é o sofrimento humano, nunca se colocou acima do Criador e teve suas súplicas atendidas por Ele.

O Evangelho (Jo 18, 1-19, 42) narrou a Paixão do Filho de Deus. “Por que recordar todos os anos a morte de Jesus? Porque em Jesus, a morte tem um novo significado. Na Cruz não está a morte de Deus, e sim o nascimento do Seu amor pelo mundo. Nunca podemos dizer que a Cruz venceu Deus. Deus venceu a cruz. Do coração transpassado de Jesus jorra uma fonte de água viva, que chega a todos nós, esse coração tem que ser o centro da vida cristã, porque é onde se encontra a justiça, a paz, o perdão. Na Cruz há a proclamação de que Deus ama o pecador e não o pecado. Por isso Ele quer atrair todos a Ele, para que o amor Dele por nós dê um sentido novo à nossa vida, que cada um possa se decidir por um novo caminho, onde Deus esteja presente, e não a morte. Deus sempre será vida, mas não devemos buscar qualquer vida, tem que uma vida que valha a pena, que seja doada e não desperdiçada. Como cristão eu devo viver o mesmo que Jesus viveu: um amor sem limites, que foi até a morte. A minha transformação, a minha vida nova, a minha salvação, e o verdadeiro amor deixado e desejado por Jesus começa na Cruz”, foram as palavras do Pe. Marcelo.