125 missionários de diversas origens se uniram no Santuário Tabor
Magnificat, de Curitiba-PR, para levar à cidade de Rio Branco do Sul uma Igreja
viva e presente
“Família em saída, vivencia o amor”. Esse foi o lema entoado pelos 125 missionários que, entre os dias 24 a 28 de fevereiro, deixaram o conforto de seus lares para levar o amor da Mãe Três Vezes Admirável aos moradores da cidade de Rio Branco do Sul – PR. Eles partiram de várias cidades do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, até do Paraguai, encontraram-se no Santuário Tabor Magnificat de Curitiba-PR e participaram da Santa Missa de Envio, celebrada pelo Pe. Marcelo de Souza – sacerdote que inclusive integrou-se ao Grupo Missionário Magnificat.
Distribuídos em três comunidades
acomodadas em escolas das regiões de Caic, Tacaniça e Igreja Matriz, formaram
famílias que estabeleceram uma identidade mútua e estiveram presentes umas nas
outras em comunhão de corações, para assim vivenciarem o amor de maneira ainda
mais intensa, como as primeiras comunidades de
católicos o faziam. Partilharam tudo na convivência diária, como quartos,
tarefas, mesas de refeição, vivências de espiritualidade, etc.
Também participaram junto aos
riobranquenses de visitas às casas dos bairros, terços, Missas, Noite de Formação
de Lideranças, encontros com crianças, jovens e adultos, além da Noite Missionária
– evento que reuniu todos os missionários para confraternização e adoração ao
Santíssimo. Tudo foi organizado por uma Comissão Central, formada por reitores,
ecônomos, equipes de espiritualidade, liturgia, jovens, crianças e adultos.
Eliza Marochi, integrante da parte
de espiritualidade, traduziu os principais pontos trabalhados durante os cinco
dias. “Utilizando como base as virtudes da exortação apostólica Amoris Laetitia, começamos com perdão,
para que pudéssemos liberar tudo o que nos angustiava e tirava nossa paz, depois,
buscamos aproximar as famílias formadas pelos missionários e focamos no amor
deles para com a comunidade, que cada um levava em cada visita às famílias, de
coração aberto, sem julgamento, de maneira gratuita”.
Tanto aspectos introspectivos
quanto sociais foram pauta dos encontros. “Outro tema foi a vivência, porque
para aprender, temos que viver, sentir, praticar, senão fica só na teoria, por
isso, ainda exploramos a importância de colocar no mundo nossos talentos,
multiplicar o que Deus nos deu”, explicou Eliza, que fez um balanço final da
participação dos missionários nas atividades: “eles foram maravilhosos, mergulharam
nas dinâmicas, extraíram muitos aprendizados, exercitaram paciência,
disciplina, foco e objetividade, isso sem contar as adorações, que foram lindas,
interiorizadas, respeitosas”.
Pe. Marcelo também contou suas
impressões acerca das vivências que todos tiveram. “As Missões Familiares
representaram um verdadeiro tempo para tocar corações. Tocamos o coração de
muitas pessoas e o nosso coração também foi tocado. A experiência vivida em Rio
Branco do Sul confirmou o caminho que não podemos mais deixar, o caminho das
missões”, confessou.
Compartilhando do mesmo
entusiasmo, o pároco de Rio Branco do Sul, Pe. Eder Szpak Meiga, revelou que “o
Carnaval de 2017 foi diferente para a Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, de
modo todo especial para as comunidades da Vila São Pedro, Tacaniça da Fábrica e
Natânea, devido às Missões Familiares do Movimento de Schoenstatt. Foram dias
maravilhosos nessas comunidades juntos com os missionários. As visitas às
famílias, os momentos de oração, os encontros celebrativos e formativos foram
muito especiais. Várias pessoas que foram visitadas e participaram dos diversos
momentos ficaram maravilhadas com o testemunho da Alegria do Evangelizar dos
missionários”.
Ele ainda abençoou aqueles que
decidiram doar parte de seu tempo para levar a Palavra de Deus a quem mais precisava.
“Que A Mãe Peregrina possa interceder com muitas graças por cada um dos missionários
que aqui estiveram”, finalizou.
Missionários de diversas origens são chamados
Raquel Cabrera veio de Cidade de
Leste, no Paraguai, para integrar o grupo. Ela participa da Liga Apostólica
Feminina de Schoenstatt e sempre sai em missões com o Movimento. De acordo com
ela, “neste ano tive momentos maravilhosos, os quais me mostraram que ainda há
muita gente boa neste mundo, disposta a levar Deus aos outros com muito amor e
alegria. Vi que meus problemas são mínimos comparados com os de outras pessoas,
apesar de tudo, elas vivem com muita fé e não reclamam de nada. As missões
também me demostraram que formar uma família com base em Deus e ser feliz é
possível. Foram dias de muita alegria e amor... guardo cada momento e cada
rosto no coração. Voltei para casa renovada, com amor, felicidade, paz no
coração, e sobretudo muita a Gratidão a Deus e a toda comunidade”.
Já Jeferson Rogério Faria veio de
muito perto para acompanhar uma das comunidades. Ele é morador de Rio Branco do
Sul, atuante na Igreja Local, por isso aproveitou para passar um dia com os
missionários. Relatou uma maravilhosa experiência: “conheci o movimento de
Schoenstatt nessa ocasião e a minha integração com a comunidade foi incrível,
as pessoas me acolheram com o coração e interagiram bastante comigo. As visitas
às casas representaram um aprendizado muito valioso, pois observei novas formas
de abordar as pessoas, conversar, ouvir mais do que até falar. A experiência me
deu novo ânimo, novo ardor, desejo de ser missionário da Igreja em saída”. Tal testemunho veio ao encontro dos
ensinamentos proferidos pelo Pai Fundador Pe. José Kentenich nas conferências
de 1963, dentre os quais destaca-se que “a meta de toda a Família de
Schoenstatt é constituir e formar o homem novo em uma nova comunidade.
Conceitos antigos e desgastados mas que agora revitalizamos. O homem novo é o
homem pleno de alma, de espírito, unido aos demais em uma comunidade
verdadeira. É um homem que cultiva em sua alma o encontro, o estar no outro, com
o outro e para o outro” .
A diversidade de origens dos
missionários tornou as Missões Familiares de Curitiba ainda mais ricas. Romario
Souza, do Santuário de Jaraguá (São Paulo-SP), disse que “vivenciar as missões
foi fundamental para descobrir que apesar de não notarmos nos dias de hoje,
Deus age de forma grandiosa! Ele nos ensina a sermos extraordinários no
ordinário”. Ana Laura, participante da Juventude Feminina do Santuário de Santa
Maria-RS, relatou que “participar das missões é, antes de tudo, um despojar se
de si mesmo, é colocar-se de forma pequena junto aos pés de Maria. Ser seus
olhos, boca e ouvidos, mais intensamente durante os cinco dias. É se fazer filho,
um instrumento moldável nas suas mãos. É presenciar com clareza a Divina
Providência atuando nas pessoas e nos acontecimentos, sentir o Espírito Santo
inflamando corações e inspirando doações heróicas. Perceber que Deus oferece
alento e que todas as dificuldades se tornam uma linda forma de se sacrificar
pelas almas e trazer muitas conversões”.
Ser reitor: um trabalho árduo e gratificante
No ano de 2016, houve renovação
no quadro da reitoria. A equipe passou a ser formada pelos casais Gilseanne e
Alexandre Rossi (reitores gerais), Goreti e Selvino Muraro, além da dupla
Scheyla Furlan e João Paulo Oliveira. Elder Semprebon, integrante da equipe
anterior, permaneceu para apoiar os novos reitores.
O primeiro desafio enfrentado por
eles foi encontrar uma nova cidade em que se pudesse disseminar a Cultura da
Aliança e a troca de corações com a Mãe de Deus. Pensou-se em algumas cidades
do Paraná e para auxiliar na escolha definitiva, recorreu-se a Dom José Mario,
o bispo auxiliar de Curitiba. “Uma das nossas sugestões foi a cidade de Rio
Branco do Sul, a qual foi aceita por Dom José Mario. A partir disso veio o
contato com a paróquia... o que inicialmente causa estranheza para qualquer
pároco, será que é um trabalho sério? Será que sabem o que irão encontrar? Será
que tem capacidade para isto? Será... por fim, as incertezas foram sendo
esclarecidas, o padre Eder deu o seu sim e nos acolheu dando total apoio
necessário”, explicou Rossi.
Após a definição da cidade, passou-se
para a escolha do tema que nortearia toda a preparação. Com base nas correntes
de vida da Igreja como um todo, do Movimento de Schoenstatt e da Igreja Local,
chegou-se ao lema “Família em saída, vivencia o amor”, tendo como principais
subsídios a Amoris Laetitia e a vivência
da Aliança de Amor. O próximo passo foi
escolher os nomes para a Comissão Central, convidá-los e acompanhar seus
trabalhos.
Iluminados pelo Espírito Santo, a
equipe de reitoria enfrentou ainda muitos desafios adicionais. “Uma das tarefas
que julgamos mais desafiadoras foi manter o clima de comunidade e o ânimo entre
todos os missionários. Outro ponto preocupante foi qual legado deixaríamos para
a cidade. A resposta veio com a Noite de Formação de Lideranças e o domingo
aberto, que permitiu às lideranças locais passarem o dia todo conosco. Em ambas
as ocasiões vimos os líderes locais motivados e conseguimos mostrar um caminho
para o estado permanente de missão”, relatou Alexandre.
Muitos dos esforços dos reitores concentraram-se
em unir os missionários à comunidade local e acolher a todos sem nenhum tipo de
pré-julgamento, de maneira a atender ao pedido do Padre Kentenich para que “por
Schoenstatt se encham novamente as amplas naves da santa Igreja”. Os objetivos foram alcançados com êxito, prova
disso foram os diversos depoimentos colhidos, os muitos casos de pessoas que há
mais de uma década não participavam de uma celebração Eucarística e estavam
presentes após serem visitadas, também ao amplo comparecimento da população na Missa
de Encerramento realizada na Igreja Matriz.
“Tendo
em vista que os bancos ficaram cheios em plena terça-feira, pudemos ter a
certeza de que vivenciamos nossa aliança de amor, que levamos a Rio Branco do
Sul a cultura do encontro, e por fim pudemos afirmar que o Movimento não é
voltado somente para si, para o crescimento interno, mas que Schoenstatt é
missão, que Schoenstatt é para a Igreja”, concluiu a equipe de reitoria.