domingo, 28 de agosto de 2011

O Símbolo do Olho de Deus

(Texto: Irmãs de Maria, disponível em http://www.tabormta.org/simbolo_2011.html)

Nos primeiros séculos do cristianismo a arte cristã não se ocupou em representar Deus. As pinturas, ícones ou esculturas diziam respeito a Jesus Cristo, a Nossa Senhora e aos santos.

A partir da Idade Média aparecem as primeiras representações, salientando Deus criador, envolto em nuvens, em grande majestade e poder, tendo a mão direita estendida e o dedo anular apontando o universo. É a mão direita de Deus que opera prodígios, segundo a expressão: Digitus Dei est hic. [Vulgata, Êxodo 8.19] O dedo de Deus está aqui. Em muitas oportunidades Deus foi representado simplesmente pela mão saindo de uma nuvem.

Nos séculos XVIII e XIX, Idade Contemporânea, a arte cristã começou a representar o olho como símbolo de Deus, nas igrejas e capelas, especialmente nos portais, acima dos púlpitos, nos altares e nas pinturas do teto. O olho de Deus geralmente era representado no meio de raios luzentes, também sobre uma nuvem e, em geral, associados a um triângulo simbolizando a Santíssima Trindade. Era o esforço da Igreja para trazer novamente ao coração e à vida do homem a realidade da presença de Deus, numa época marcada pela fuga de Deus.

O olho de Deus geralmente era representado dentro de um triângulo. Os ângulos iguais do triângulo servem muito bem para explicar o mistério de Deus uno e trino. Um só Deus, em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não são três Deuses, mas um só. “A unidade divina é trina”, diz-nos o catecismo da Igreja católica, no nº 254.

No centro do triângulo está o olho, representando a onipresença de Deus, à qual nada fica oculto aos seus olhos, tal como lemos na Escritura.
  • “Os olhos do Senhor observam os caminhos do homem e vigiam todos os seus trilhos.” (Provérbios 5,21)
  • “Os olhos do Senhor são infinitamente mais luminosos do que o sol, vêem todos os caminhos dos homens e penetram os lugares mais secretos. Antes de serem criadas, ele já conhecia todas as coisas.” (Eclesiástico 23,19s)
  • “Teus olhos viam como fui formado. No teu livro estão todos inscritos os dias que foram fixados e cada um deles nele figura.” (Cf. Salmo 139, 16)

Desde quando temos o símbolo do olho de Deus nos Santuários de Schoenstatt?

Sua história teve início na América do Sul, quando, em 1947, nosso Pai e Fundador visitou as Províncias das Irmãs. Cada Província escolheu seu ideal e fez a sua bandeira. A Província do Uruguai/Argentina, que desejava ser Família de Nazaré, Província do Pai, resolveu bordar na bandeira também um olho de Deus Pai. Na Noite de Natal de 1948, junto com o Pai e Fundador, colocaram um Símbolo do olho de Deus Pai no Santuário. Este primeiro símbolo, feito em madeira, foi pintado pela artista Irma Ulmer. Nosso Fundador alegrou-se muito com isto e deu grande importância a esse acontecimento, porque expressava o surgir de uma corrente de Pai na Família, isto é, de Deus como Pai, mas também uma corrente em torno do Fundador como Pai desta Família.

Em 1950, a Província das Irmãs chamada Providentia em Metternich, Alemanha, da qual Irmã Emílie era Provincial, também colocou, na noite de Natal, o Símbolo de Deus Pai, no Santuário, pelas mãos do Padre Kentenich. Como Província Providência escolheram o olho de Deus, para expressar que deviam viver sob o olha amoroso de Deus Pai, providente.

Iniciava, nesta época, na Família, uma corrente do Pai e com ela também o impulso de expressá-la por uma imagem, um símbolo visível..

Além destes dois Santuários, nosso Pai e Fundador entronizou o olho do Pai, nos seguintes Santuários:
  • em 1952 em Santa Maria/RS,
  • em 1952 em Florencio Varela, Argentina,
  • em 1966 na Liebfrauenhöhe, em Colônia e no Monte Schoenstatt,
  • em 1967 em Dietershausen.