segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Subamos nós também ao Tabor

Fonte: Portal Schoenstatt.org (clique aqui para acessar o texto original)

Karen Bueno – “Subamos nós também ao monte da Transfiguração e paremos para contemplar o rosto de Jesus, para colher a mensagem e traduzi-la em nossa vida, para que nós também possamos ser transfigurados pelo Amor”: Esse conselho é dado pelo Papa Francisco na oração do Angelus (01.03.2015) e diz muito à Família de Schoenstatt do Brasil, no contexto de seu ideal nacional.
Na preparação para a Páscoa, vejamos o que o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, diz sobre a imagem de Cristo no Tabor. Ele aponta algumas características dessa imagem, que merecem ser aplicadas à vida de Aliança: 
– Mobilidade: “Como se apresenta o corpo de Jesus? Em primeiro lugar é dotado de mobilidade. Na Sagrada Escritura lemos como ele aparece de repente e depois desaparece. O brilho do Tabor deve conferir mobilidade à nossa alma”.

Se fossemos adaptar essas palavras do Pai e Fundador para uma linguagem mais próxima, certamente poderia se falar em uma “alma em saída”. A mobilidade é o caminho missionário, de ir ao encontro do outro, das suas necessidades, nos mais variados locais.

– Maleabilidade: “… a cera é fluida. Os místicos nos dizem que o mesmo acontece com a alma em estado de graça. Ela se torna maleável como cera, aceita qualquer forma que Deus queira gravar nela”.

Deixar-se e moldar pelas mãos do Pai e da Mãe e Educadora é traço essencial numa personalidade filial. Cumprir a exigência que diz “Essa santificação eu exijo de vós” passa necessariamente pelo deixar-se moldar. Essa é uma característica central do filho heroico, do filho muito amado.

– Afetos profundos: “…na alma fluem afetos profundos. Ela não precisa esforçar-se muito para aproximar-se de Deus. Ninguém ama a Deus como a alma transfigurada. Mas ela não flui apenas ao encontro de Deus, flui também ao encontro do próximo”.

Há uma ligação íntima, pessoal e filial com o Bom Deus, assim como Jesus revela no Tabor. A alma transfigurada busca Deus na vida diária, em todos os momentos e, com o tempo, essa ligação se torna natural, um impulso próprio da alma. Isso vale também para o próximo, para os irmãos, na vinculação mútua: um no outro, um com o outro, um para o outro, juntos no coração de Deus. 

Viver o ideal Tabor, segundo o Pai e Fundador, é também buscar esses traços da imagem de Cristo no Tabor, pois “os atributos do corpo transfigurado de Jesus devem ser, já agora, os atributos de nossa alma. Portanto, já agora está inserido, em nossa alma, um germe da vida transfigurada de Jesus, que quer se desenvolver plena e totalmente”.

Referências

Pe. José Kentenich. Tabor Nossa Missão – Col. Brasil Tabor 1
Conferências de Londrina/PR, 16 de abril de 1947 e Santa Maria, 2 de setembro de 1947.