Homilia da Missa na TV Tarobá, 18/08/2012
Pe. Ottomar Schneider
Caras irmãs e caros irmãos!
Estimados telespectadores!
Hoje, nós comemoramos com toda a Igreja de Cristo, a festa da Assunção da Santíssima Mãe de Deus ao Céu em Corpo e Alma. Nós nos alegramos, igualmente, pelo decreto do Papa Bento XVI, assinado no dia 10 de maio de 2012, no qual declara VENERÁVEL a Serva de Deus, Ir. M. Emílie Engel. Se nós olharmos, atentamente, para os dois eventos em foco, podemos descobrir um misterioso laço que une um ao outro.
De Maria Assunta ao céu em corpo e alma nos fala o grande Bispo da Igreja Católica,[1] São João Damasceno (675-749):
- convinha que Aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção;
- convinha que Aquela que trouxe no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos;
- convinha que a pessoa desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus;
- convinha, tendo demorado o olhar em seu Filho na Cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai;
- convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como Mãe e Serva de Deus.
Se olharmos, agora, para a venerável figura da Irmã M. Emílie, nós descobrimos nela traços que a aproximam da Mãe de Jesus na Glória e nos levam a exclamar, igualmente, com São João Damasceno:
- convinha que aquela, que pela intercessão da Mãe Três Vezes Admirável no seu Santuário de Schoenstatt foi curada de sua grave enfermidade de alma, permitindo-lhe tornar-se uma filha predileta da Providência Divina, fosse agora reconhecida pelo Magistério da Igreja, como mais uma intercessora em Cristo, junto ao Trono do Deus;
- convinha que aquela, a cujo frágil corpo o bom Deus permitiu ser tomado por um progressivo atrofiamento, sendo-lhe apenas preservada a lucidez da mente e a mobilidade da mão, para poder seguir escrevendo suas cartas de estímulo e exortação às Irmãs de sua Província, da qual foi uma Superiora exemplar, até o final de sua vida, fosse reconhecida diante do mundo em sua forte autoridade moral;
- convinha que aquela, que se consagrou inteiramente à Obra Internacional de Schoenstatt pela Aliança de Amor, tivesse aprovada a heroicidade de suas virtudes teologais e morais pelo Santo Padre o Papa Bento XVI;
- convinha que aquela que, segundo o Fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, e também Servo de Deus, Padre José Kentenich, possui “a missão de libertar os homens do medo, da aflição e de abrigá-los no coração de Deus”, fosse colocada pela Igreja à veneração pública dos os fiéis.
Assim, a Venerável Ir. M. Emilie representa para o nosso tempo, tão dominado pela angústia e a violência, um verdadeiro Anjo de paz e de confiança em Deus, neste Deus que realmente “é Pai e é bom e bom é tudo o que Ele faz”; sim, Ele vela com amor de Pai sobre todas as suas criaturas, desde a mais insignificante, até as mais importantes do nosso planeta. Ele é o Senhor da Vida e da História!
Assim, a Venerável Ir. M. Emílie Engel nos desafia, hoje, também a nós, caros telespectadores, de nos tornarmos filhos e filhas confiantes na Providência Divina, construtores de uma sociedade mais humana, mais familiar e fraterna.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
[1] Cf. Papa Pio XII, Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.